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1ª biblioteca genética de cannabis do Brasil ficará sediada na UFV (MG)

Projeto pioneiro visa preservar diversidade genética e impulsionar pesquisas com potencial medicinal e industrial

A Universidade Federal de Viçosa (UFV), localizada na Zona da Mata de Minas Gerais, será a sede do primeiro banco genético de Cannabis sativa L. no Brasil. A autorização para a sua construção foi concedida em 21 de outubro pelo Departamento de Agronomia da UFV, após a instituição obter um habeas corpus para viabilizar o projeto. 

A criação do banco genético tem como objetivo explorar o potencial da cannabis em áreas como medicina, produção de fibras, bioplásticos, alimentos não psicoativos e biocombustíveis. Embora o cultivo da planta seja regulamentado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, o seu uso psicoativo exige autorização da Anvisa.

Em outubro do ano passado, a UFV solicitou à Anvisa permissão para cultivar cinco mil plantas de cannabis, abrangendo cerca de 400 variedades. O objetivo é caracterizar geneticamente as diferentes variedades da planta para aprofundar o conhecimento sobre suas composições químicas.

Para viabilizar o projeto, a UFV firmou, em 2023, um convênio com a empresa Cannabreed Technology Brasil Ltda., incubada no parque tecnológico da universidade, com investimento de aproximadamente R$ 1,5 milhão. A previsão é que a construção do banco de germoplasma seja concluída até o início de 2025, quando começará a receber as sementes, coletadas a partir de doações de várias regiões do Brasil e do exterior. Futuramente, a UFV espera poder compartilhar variedades com outras instituições para promover o intercâmbio genético.

A criação de um banco genético de Cannabis sativa, como o da UFV, representa um avanço significativo por diversas razões, entre as quais:

Preservação da diversidade genética: Um banco como esse conserva diferentes variedades de cannabis, protegendo-as contra a extinção. Essa diversidade é essencial para futuros estudos e para o desenvolvimento de novas variedades com características específicas, como resistência a pragas ou maior produtividade.

Pesquisa e desenvolvimento em saúde: Com o banco genético, cientistas podem estudar a fundo os compostos bioativos da cannabis e desenvolver medicamentos mais seguros e eficazes.

Aplicações em biotecnologia e sustentabilidade: A cannabis também pode ser usada na produção de bioplásticos, fibras ecológicas e biocombustíveis, o que contribui para uma economia mais sustentável. O banco permite identificar variedades de cannabis com maior potencial para essas finalidades.

Acesso a recursos genéticos e intercâmbio científico: O banco viabiliza a troca de sementes e informações genéticas entre instituições, empresas e pesquisadores ao redor do mundo, enriquecendo o intercâmbio científico e acelerando descobertas.