No último mês de junho, o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) autorizou que profissionais da área possam prescrever produtos fitoterápicos à base de canabidiol (CBD). De acordo com o órgão, “essa medida representa um avanço significativo no campo da saúde, abrindo novas possibilidades terapêuticas para pacientes que buscam alternativas naturais para o tratamento de diversas condições de saúde”.
A resolução foi publicada no Diário Oficial da União em 23 de junho e assinada pelo presidente do CFBM, Silvio José Cecchi, já estando em vigor. De acordo com nota do Conselho, é fundamental que os biomédicos tenham formação e conhecimento aprofundado sobre o uso seguro e eficaz da substância.
Neste cenário, portanto, não são todos os biomédicos que ganham a autorização para prescrever o uso medicinal da cannabis, apenas os especializados e habilitados em Medicina Tradicional Chinesa - acupuntura. Até agora, já tinham direito legal de prescrever CBD os médicos, nutricionistas, fisioterapeutas e dentistas.
Em entrevista à mídia, Leandro Ramires, diretor médico-científico da Associação Brasileira de Pacientes de Cannabis Medicinal (AMA+ME), explicou que o uso de cannabis para fins medicinais não pode ser uma prerrogativa médica. “Historicamente, há mais de quatro mil anos, a substância é usada para tratamento de dores e outras condições de saúde na China”, disse.
O livro Shennong Bem Jing, também conhecido como Livro do Imperador Vermelho, de 210 d.c., já mencionava, inclusive, as propriedades fitoterápicas analgésicas da cannabis. “O uso do Cannabis para fins medicinais cresce no mundo inteiro e oferece oportunidade de trabalho tanto para quem prescreve quanto para quem produz. Então, abre o mercado de trabalho para os biomédicos”, disse ele na entrevista, ressaltando que, quanto mais profissionais estiverem habilitados para prescrever, mais fácil tende a se tornar o acesso.