Um estudo realizado em Harvard e publicado em 2022 na revista Menopause mostrou que quase 80% das mulheres de meia idade nos Estados Unidos usam cannabis para aliviar sintomas como insônia e alterações de humor; e que o desequilíbrio do sistema endocanabinoide nesta fase pode ser melhorado por conta dos fitocanabinoides da planta.
Neste estudo específico, foram avaliadas 131 mulheres no período da perimenopausa e outras 127 mulheres que já haviam passado pela menopausa. 86% faziam uso medicinal da cannabis e, dentre elas, 79% afirmaram ter melhores noites de sono em razão do uso. Já a melhora do humor e da ansiedade foi relatada por 46% delas.
Outra utilização potencialmente benéfica relacionada à saúde feminina é para controle da dor pélvica gerada pela endometriose. Pesquisadores da Austrália e Nova Zelândia mostraram, com pesquisa, que a microbiota – conjunto de bactérias presente no intestino – e os neurônios endocanabinoides se ligam a receptores localizados no sistema nervoso central, desempenhando um papel importante no desenvolvimento da doença. Esses endocanabinoides, tal como os canabinoides da cannabis, ajudariam no controle da dor ao suprimirem o processamento de sinais de dor no cérebro. O estudo também indicou diminuição da inflamação e melhora na permeabilidade intestinal.
Naturalmente, para contar com os resultados positivos do uso medicinal da cannabis, toda mulher precisa de supervisão médica. Muitas pesquisas já indicam os benefícios da planta para melhorar dores, inflamações, distúrbios de sono e variações no humor, mas apenas um especialista pode avaliar se a cannabis medicinal é a melhor indicação para cada caso.