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Confira casos de uso medicinal da maconha na história

Cannabis já é usada há milhares de anos para tratar doenças e dores

A regulamentação do uso da maconha medicinal no Brasil é de certa forma recente, mas você sabia que há milhares de anos a cannabis já é usada para o tratamento de doenças?

 

Segundo artigo da especialista em pesquisa clínica da Santa Casa, Adriana Grosso, um dos primeiros registros de uso se deu nos anos de 2.700 AC. Naquela época, um imperador chinês chamado Shen-Nung já prescrevia chá de maconha para quem sofria com reumatismo, gota, dores menstruais e até falta de memória. 

 

A sugestão de uso para tratamento de dores musculares e inflamações também foi feita pelo médico greco-romano Pedânio Dioscórides em 70 DC. Ele, aliás, é considerado o fundador da farmacologia e fez a referência do uso no livro “De matéria médica”.  

 

Atualmente, diversas pesquisas realmente mostram que a maconha medicinal tem propriedades que ajudam a combater dores, inclusive aquelas causadas pelas cólicas menstruais intensas. Já contamos sobre isso no blog.  

 

No Brasil, maconha veio com escravos africanos

 

Por aqui, a maconha medicinal foi introduzida pelos escravos africanos durante o período da colonização. Ela era conhecida como fumo-de-angola e as sementes do cânhamo vinham amarradas em bonecas de pano. Devido às suas propriedades medicinais, começou a ser cultivada pelos índios e utilizada por estrangeiros que aqui viviam. 

 

Dizem, inclusive, que até mesmo a rainha Carlota Joaquina costumava tomar chá de maconha ao se mudar para o Brasil para relaxar. Essa história é contada no livro “A cara do Rio”, de Ricardo Amaral.

 

Em anúncios dos anos 1.800 também era comum ler sobre os benefícios da cannabis para a saúde. Chamada de “cigarros índio”, era recomendad para tratamento de diversas enfermidades, desde asma até insônia.

 

Uso da maconha medicinal para convulsões é histórico

 

Outra história, contada em artigo de um jornal também nos idos de 1.800, diz que um médico britânico chamado William O'Shaughnessy estava em trabalho na Índia quando foi procurado por uma mulher. Ela pediu ajuda para tratar as convulsões de sua filha, uma bebê que quase não conseguia comer mais por conta dos ataques. 

 

Depois de tentar usar diversas alternativas disponíveis na época, o médico decidiu aplicar gotas de uma tintura da cannabis sob a língua da criança e notou que as convulsões haviam parado. 

 

Em artigo chamado "Sobre a preparação de Indian Hemp ou Gunjah”, ele relatou ter observado que a maconha medicinal seria “um remédio anticonvulsivante de maior valor”.

 

Atualmente, de fato, é reconhecido em diversas pesquisas o benefício da maconha medicinal para tratar crianças que sofrem com epilepsia e as crises convulsivas relacionadas.