A enxaqueca crônica é uma condição na qual o portador sofre com dores de cabeça por no mínimo 15 dias do mês ao longo de 90 dias consecutivos. Trata-se de uma condição debilitante, que não tem cura e tem poucas possibilidades de tratamento, por isso o uso medicinal da cannabis pode ser uma alternativa caso seja considerado positivo. É isso que um estudo, do Hospital Albert Einstein, quer avaliar.
De acordo com comunicado de Alexandre Kaup, neurologista do Einstein e responsável pela pesquisa, "a literatura médica mostra que o uso de derivados de cannabis pode atuar na enxaqueca, com o potencial de reduzir as crises, melhorando a qualidade de vida".
Ele também explicou que, em consultórios, especialistas já utilizam canabinoides em portadores de enxaqueca, e costumam notar diminuição nas dores e ganho de funcionalidade no dia a dia.
Para o estudo, os voluntários serão separados em dois grupos randomizados. Ou seja, que não saberão o que irão tomar. Um dos grupos receberá o medicamento à base de cannabis, contendo canabidiol (CDB) 133mg, canabigerol (CBG) 66mg e tetraidrocanabinol (THC) 4mg. O segundo receberá placebo.
O objetivo do estudo, de acordo com os responsáveis, é entender se o uso da cannabis levará à diminuição na frequência, intensidade e duração dos episódios de enxaqueca. Também serão avaliados impactos extras, como alteração nos níveis de ansiedade e distúrbios do sono.
A pesquisa será de grande importância para o levantamento de evidências científicas do uso medicinal da maconha no combate à enxaqueca. Sabe-se que as áreas de estudo sobre o tema ainda são restritas e necessárias. Para mais informações acesse o link.
O estudo chega em um momento em que o acesso aos medicamentos à base de cannabis vem se popularizando. Nesta semana, por exemplo, o governo de São Paulo autorizou a incorporação do uso medicinal da cannabis no Sistema Único de Saúde (SUS).