A gestação é uma fase cheia de questionamentos, inclusive sobre o que é possível consumir para conquistar mais saúde. O uso de CBD por gestantes e também lactantes é uma dessas dúvidas. Sabemos que o canabidiol tem uma série de efeitos positivos para o tratamento de doenças e conquista de bem-estar, mas será que ele pode ser usado por mulheres grávidas e bebês recém-nascidos?
É preciso lembrar que cada caso é um caso e todo uso de maconha medicinal precisa de orientação médica para que não haja problemas e para que prós e contras sejam avaliados antes de uma opção pelo consumo ou não. Entretanto, de forma geral, algumas pesquisas mostram que não é indicado o uso de CBD nesses casos que mencionamos.
Em 2020, por exemplo, um estudo publicado na revista médica JAMA Psychiatry mostrou que o uso de cannabis ao longo da gravidez poderia afetar o desenvolvimento cerebral do feto. Foram avaliadas 11.489 crianças durante a primeira infância, sendo que 655 delas haviam sido expostas à cannabis durante a gravidez de suas mães. O resultado é que essas crianças tinham maior propensão a apresentar problemas para dormir e comportamentos psicóticos.
Uso pode gerar problemas de peso nas crianças
Outro estudo publicado há pouco no The Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism mostrou que gestantes que haviam utilizado produtos com THC e CBD estavam mais propensas a gerar crianças com baixo peso. Além disso, essas crianças também tinham mais propensão a ter maior nível de açúcar no sangue ao redor dos cinco anos, além de problemas comportamentais.
De acordo com Brianna Moore, autora do estudo, normalmente acredita-se que o uso da cannabis é inofensivo, mas as pesquisas mostram que existem conexões entre seu uso na gravidez e uma série de problemas que atingem os recém-nascidos expostos.
Nesse caso, foram testadas 103 mulheres ao longo da gravidez, sendo que 15% delas estavam consumindo maconha, tanto THC quanto CDB. “Essas mulheres sabiam que estavam grávidas e já haviam passado do primeiro trimestre em que a cannabis é frequentemente usada para enjoos matinais”.
Utilização vem crescendo
Uma questão importante a ser considerada é que o uso de cannabis por mulheres grávidas vem crescendo nos Estados Unidos e em outros países. Uma pesquisa divulgada em 2019 mostrou, por exemplo, que esse uso mais que dobrou entre as americanas entre 2002 e 2017.
De acordo com a FDA, (US Food and Drug Administration), ainda que sejam necessárias mais pesquisas sobre o uso de maconha medicinal por mulheres grávidas ou durante a amamentação, o que já se sabe mostra que há razões para preocupação. “A FDA quer que você, estando grávida ou amamentando, saiba que pode haver riscos no uso de produtos de cannabis, incluindo aqueles com CBD”, alertou.
O recomendável é sempre fazer uso com orientação médica. Apenas um profissional poderá avaliar prós e contras na utilização.