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Médicos relatam benefícios do uso medicinal da cannabis

Dados e evidências foram apresentados em debate público ocorrido em Minas Gerais

No último dia 26 de abril ocorreu o debate público “Cannabis e ciência: evidências sobre o uso terapêutico e seus meios de acesso” na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O evento deu voz a médicos e profissionais de saúde que já lidam com o uso medicinal da cannabis. 


O diretor médico científico da Associação Brasileira de Pacientes de Cannabis Medicinal (Amame), Leandro Cruz Ramires da Silva, relatou sua experiência não apenas como profissional, mas como pai de um menino autista que consome canabidiol desde 2014. Ele explicou que a vida da criança mudou desde então. “Ele tinha várias convulsões ao dia. Hoje fica até três meses sem crise. E nunca mais internou. Três anos depois, já não tomava nenhum alopático”, relatou.


Os benefícios no uso terapêutico e medicinal da cannabis foram tratados em uma mesa de debates, da qual Leandro participou. Ele explicou que a experiência em casa o havia tornado uma referência e também co-autor de um estudo que reforça o benefício do uso da substância em pacientes com autismo. Neste caso, segundo o médico, houve melhora do déficit de atenção e hiperatividade.


Outro ponto abordado no evento foi a necessidade de mais estudos sobre o uso medicinal da cannabis. Segundo a médica hematologista Cláudia de Bessa Solmucci, são muitas as áreas médicas que contabilizam resultados promissores nos tratamentos com cannabis, caso da ginecologia, odontologia e até tratamento da dependência química. Ela também citou o lúpus, que normalmente é tratado de forma alopática a alto custo. 


A médica Daniela Arruda de Barros, por sua vez, contou que também é pesquisadora na área de cannabis medicinal e ressaltou o  potencial econômico da planta. Segundo a especialista, o cânhamo, uma subespécie da Cannabis sativa, seria uma ótima opção para melhorar a terra em monoculturas de milho e soja. 


Do ponto de vista psicoterápico, esteve presente o psicólogo Anderson Nazareno Matos, que afirmou que os principais efeitos colaterais da cannabis, como sonolência, tontura, tosse e visão turva, seriam menores em comparação com situações debilitantes e de agonia causadas por determinadas doenças.