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Produtos à base de cannabis viciam?

A preocupação é genuína, mas vale entender que maconha não é tudo igual

Uma das principais preocupações quando se fala em cannabis é entender se ela vicia. Isso porque a planta é formada por substância diversas e eles têm efeitos muito diferentes. São mais de 100 compostos e o que acontece no organismo depende muito da concentração deles e da forma de cultivo. Vamos explicar!

 

Primeiramente, entenda que a cannabis tem dois ingredientes principais: o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD). No Brasil, para ser considerada medicinal, é necessário que a concentração de THC nos produtos seja de até 0,2%. Nos Estados Unidos, esse percentual é de 0,3% e cogita-se um projeto de lei que deve aumentar para até 1% a presença de THC. Já em países da Europa, como Portugal, por exemplo, chegou a ser aprovada uma substância à base de cannabis medicinal com 18% de THC e menos de 1% de CBD.

 

O THC é, geralmente, responsável pelos efeitos recreativos e neurotóxicos da maconha dependendo da quantidade presente. Ou seja, responde por efeitos como confusão mental, pensamento solto e menor capacidade cognitiva. Ele pode causar dependência e até dobrar os riscos de esquizofrenia e psicose, especialmente em adolescentes, que são mais suscetíveis.

 

Já o CBD é um medicamento e os produtos à base dele foram sintetizados para fins medicinais, voltados à saúde e bem-estar dos pacientes, não causando dependência. Esse tipo de situação acontece na produção de muitos outros fármacos, onde substâncias que poderiam ser prejudiciais, como veneno de cobra, ajudam a produzir medicamentos seguros.

 

Produtos à base de CBD não viciam

 

Produtos à base de CBD têm sido utilizados para uma série de tratamentos nos quais os fármacos tradicionais já não têm muitos efeitos. Aliás, enquanto muitos desses fármacos causam dependência e efeitos colaterais, o CBD vem se mostrando como uma alternativa segura para alívio dos sintomas. 

 

Um de seus usos mais comuns, com efeitos retratados em muitas pesquisas, é auxiliar a tratar convulsões em quem sofre de epilepsia.

 

O CBD também pode ser usado para tratar sintomas de doenças como depressão, fibromialgia, autismo e Alzheimer, entre outros. Além disso, não se fuma produtos à base de maconha medicinal. Eles são consumidos em formas de óleo, géis, cremes e até balas. 

 

Por tudo isso, vale entender as diferenças ao se falar em cannabis. E no caso do uso medicinal, lembre-se que é necessário orientação especializada para o consumo dos produtos.