A saúde feminina envolve muitos desafios, especialmente quando se trata de questões hormonais e inflamatórias, como a Tensão Pré-Menstrual (TPM), a endometriose e a menopausa. Essas condições podem impactar significativamente a qualidade de vida das mulheres, causando dores intensas, alterações de humor e outros sintomas.
Nos últimos anos, a cannabis medicinal, especialmente o canabidiol (CBD), tem despertado interesse como uma alternativa terapêutica para aliviar essas condições. Pesquisas ressaltam a interação da substância com o sistema endocanabinoide, que desempenha um papel fundamental na regulação de funções como dor, inflamação e equilíbrio hormonal. Dessa forma, o CBD poderia atuar como um analgésico natural ao inibir a ação da COX-2, uma enzima envolvida no processo inflamatório.
Alívio para endometriose
A endometriose, uma condição caracterizada pelo crescimento anormal do tecido endometrial fora do útero, afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), causando dor, infertilidade, alterações intestinais e urinárias.
O artigo intitulado "Complementary therapy for endometriosis-related pelvic pain", publicado no Journal of Endometriosis and Pelvic Pain Disorders em março de 2023, apresenta uma revisão das terapias complementares mais populares e acessíveis para o manejo da dor pélvica associada à doença, entre elas o canabidiol.
Neste caso, a conclusão é que o CBD tem sido cada vez mais utilizado por pacientes com endometriose devido às suas propriedades anti-inflamatórias e analgésicas. No entanto, o estudo ressalta que, apesar do crescente interesse no uso do CBD, ainda há uma escassez de evidências clínicas robustas que confirmem sua eficácia específica para o tratamento da dor endometriótica.
Controle da TPM
Já a TPM atinge cerca de 75% das mulheres em idade fértil, segundo a Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP), e pode causar cólicas, irritabilidade, retenção de líquidos e dores de cabeça.
Muitas pesquisas vêm abordando o uso da cannabis para o controle dos sintomas. Entre elas, uma foi publicada na American Psychological Association (APA Psycnet) e envolveu 145 mulheres que relataram histórico de TPM ou TDPM e uso prévio de cannabis. As participantes responderam a uma pesquisa online sobre frequência de uso, sintomas, alívio e problemas relacionados ao consumo. Os resultados indicaram que o CBD pode ajudar a aliviar sintomas como insônia, irritabilidade, depressão e dor nas articulações.
Menopausa e equilíbrio hormonal: cannabis como aliada na transição
Outra situação importante na vida das mulheres é a menopausa, que marca o fim do período reprodutivo e está associada à redução dos níveis de estrogênio, levando a sintomas como ondas de calor, insônia, alterações de humor e osteoporose.
Um estudo publicado na Menopause Journal (2022) apontou que cerca de 27% das mulheres que usam cannabis medicinal relatam melhora na qualidade do sono, na regulação do humor e na redução da ansiedade durante a menopausa.
Outro fator relevante é a saúde óssea. Com a queda do estrogênio, há um risco aumentado de osteoporose e fraturas. Pesquisas indicam que o sistema endocanabinoide também regula a remodelação óssea e que compostos da cannabis podem estimular a formação de novos ossos e prevenir a perda óssea progressiva.
Perspectivas e uso seguro da cannabis medicinal na saúde feminina
É preciso considerar que os estudos sobre os benefícios da cannabis medicinal para condições femininas ainda estão em desenvolvimento, mas os resultados iniciais são promissores. Precisamos lembrar, porém, que o uso de CBD deve ser sempre acompanhado por profissionais da saúde para garantir a dosagem e a forma de administração mais adequadas para cada caso.
O potencial terapêutico do CBD para a saúde feminina abre novas perspectivas para tratamentos naturais, menos invasivos e com menos efeitos colaterais. Para acompanhar mais pesquisas sobre a cannabis medicinal e entender como ela pode ajudar no bem-estar das mulheres, continue acompanhando nosso blog.